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Seminário - Análise comparativa e (des)construtiva de "Baby"

Eae!


Mais um Seminário, para não ficar nas gavetas físicas, nas nuvens digitais...


Dessa vez, disponho o material do Seminário relativo à disciplina Análise III, onde foi apresentada uma análise comparativa e (des)construtiva da canção "Baby", de Justin Bieber, e a versão feita pelo trio sueco Dirty Loops.


Os slides do Seminário você encontra no link abaixo (clique na imagem):


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Como é uma apresentação ao vivo, abaixo também compartilho algumas anotações que fiz para a mesma, mas não estão presentes (em seu todo) nos slides. Segue:


ORIGINAL - Justin Bieber


Intro, com espacialidade, apresentando dois timbres que perdurarão durante toda composição: a voz e o teclado (sintetizador)

 

Em |A|, melodia com riffs de resposta (voz - outro timbre), ainda com os timbres da introdução. Em sua reexposição, um novo elemento tímbrico é adicionado (piano), mas o background se mantém.

 

No refrão, |B|, há adição de novo elemento, esse contendo mais movimento, funcionando como uma espécie de contracanto para o mesmo. Sua articulação, mesmo que constante, contrasta com o fator contínuo da palavra, evidenciando a simultaneidade desses dois elementos.

 

Novamente recorrendo a um novo elemento tímbrico, retorna-se a |A|, mas |A'|. E tudo "se repete" exceto quando é adicionado novo contraste textural e rítmico (down, down, down - melodia descendente). O retorno ao refrão é o mesmo.

 

Após isso, sobre o mesmo background, após a "chamada", um "rap" (como um improviso, que aqui, ainda assim se apresenta dentro de uma certa quadratura, representada na harmonia). Essa parte é contínua à anterior, sem variações na mudança entre as "partes".

  

Após o "improviso" retorna-se a refrão, em um continuum, com a sobreposição de vozes, como em uma reexposição da ideia formal da introdução, mas, como uma |CODA|, a simples adição poética de "gone" expõe o final da canção.

   

A adição ou mesmo alteração de timbres é elemento fundamental para a definição da forma da canção, bem como sua espacialidade.


VERSÃO - Dirty Loops


Início com o refrão, na voz (apresentando o timbre do vocalista), onde pode-se considerar a finalidade de aproximação com o público, visto que o refrão é, geralmente, o que mais se mantém na lembrança do ouvinte. Aqui, se expõe de maneira direta o título da composição.

 

Esse início, após trabalhar com a "familiaridade", já apresenta a estética de sua versão, nos timbres, na harmonia, nos ritmos. Mesmo com tantos elementos, que, além de apresentarem um bom número de informações, a canção, a LETRA, sua rítmica e melodia se mantém como na original. Portanto, a introdução é um ponto de apresentação, fusão e transformação.

 

Na apresentação de |A| é possível notar constâncias no teclado e na bateria, porém as linhas de contrabaixo se tornam um evento dinâmico, que se altera em suas frases, mesmo que se atendo aos caminhos harmônicos propostos. Ele se apropria de maior liberdade, rítmica, técnica (como slaps e double stops) e sonora (o ataque dos dedos).

 

As mudanças de figuração no piano são notadas nas divisões das estrofes, mas essas, ainda assim, se padronizam a cada alteração.

 

A função de alteração, como quando a canção se desloca para o refrão, se dá em forma de convenção, novamente, com a letra - sem alteração - sobreposta ao evento.

 

O refrão, sendo a introdução, se repete em sua estrutura, com o diferencial de a bateria acompanhar a voz (o pulso).

 

Um diferencial importante é que na reexposição de |A|, o "mood" se altera, caracterizando o, então |A| como um |C|, onde o movimento do background, o ritmo harmônico desacelera. Uma nova alteração, ainda em |A| sugere agora um |D| dentro da estrutura. É como se houvesse uma BIPARTIÇÃO de |A|. Em |D| há uma primeira aparição de novas vozes, novos timbres, com vozes femininas e voz do próprio vocalista.

 

Após o refrão, como no "improviso rap", há o improviso do contrabaixo, onde, novamente, o instrumento de forma solo introduz nova "parte". Durante o improviso, há a adição de novo elemento (ritmo eletrônico). A densidade do acompanhamento é paralela à densidade do improviso

 

Após o mesmo, a versão "reitera a canção" onde o overdub vocal faz o acompanhamento para o improviso (ou variação) do vocalista sobre a letra, terminando a canção de forma quase que súbita.

 

O domínio instrumental e a exploração de conceitos (harmonia, por exemplo) é parte integrante da versão.


Video referencial:



E, abaixo, os áudios sobrepostos - canais direito e esquerdo - citados no slide (clique nas imagens):



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É isso!


[ ]'s!


 

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Rafael Borba - Músico/Educador/Compositor/Arranjador             

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